domingo, março 13, 2005

O Projecto Lusitânia

Este projecto não é um movimento político, é uma solução para o desenvolvimento de Portugal. A tentativa de encontrar um caminho alternativo que ficará à espera de contributos de quem o ler, na esperança, quase utópica, de talvez um dia ser aplicado.
Este é um processo em construção. Aberto a quem quiser tomar parte dele colaborando na busca de soluções que afastem o bloqueio a que o país assiste à décadas.

Parte de um facto básico e incontestável: Portugal está a perder o comboio do desenvolvimento e com isso a afastar-se cada vez mais dos seus “parceiros” europeus. Seja qual for a área analisada a conclusão é uma só e é essa.

Socialmente estamos atrás, economicamente também, cientificamente estamos a quilómetros, ambientalmente vivemos em plena década de 70, desportivamente não existimos, produtivamente vegetamos e tudo isto por entre incompetências, vícios, e corrupções ou simples falta de talento.

Apesar deste momento catastrófico por que passamos, resta-nos o consolo de pensar que nem sempre foi assim. Portugal já foi grande. Teria sido um acaso? Foram as circunstâncias que nos atiraram para cima da mesa?

É certo que os factores exteriores sempre influenciam o desempenho de um pequeno país como este, mas essa chama de progresso teve um rastilho fundamental: a INOVAÇÃO. Foi com esta qualidade que foram tentadas soluções nunca antes tentadas e que nos recompensaram grandiosamente.

É ainda e sempre esta característica que ao desaparecer de entre nós nos abandonou mais cruelmente que D. Sebastião na tal batalha pelo Norte de África. Em tantas coisas ela podia nos ter ajudado e no entanto nunca mais foi vista por estes lados... Triste sina, cruel fado!

Portugal é um país pequeno. Esta verdade tão frequentemente evocada para embranquecer derrotas e frustrações, pode ser uma virtude.

Por sermos pequenos pode tornar-se mais fácil atingir por exemplo uma grau elevado de auto-suficiência energética. Veja-se por exemplo o exemplo da Dinamarca.

Tendo pouca população é uma das condições necessárias para que os sistemas de transporte possam caminhar num sentido da eficiência.

A dimensão também pode favorecer a comunicação entre os centros de decisão e os cidadãos, podendo torna-la mais directa do que noutros países com uma população mais densa e um território mais amplo.

A questão da segurança é também favorecida pelo facto do país ser de pequena dimensão e ter fronteira com um só país – a Espanha.

Muitos outros assuntos relevantes para o bem-estar e desenvolvimento de Portugal podem ser tratados de forma mais eficaz se jogarmos com a dimensão em nosso favor em vez de estarmos constantemente da lamentar a falte peso na FIFA, na ONU, na UE e em praticamente todos os palcos internacionais, dando uma imagem de cidadãos mentecaptos deste planeta.

Retomando um pouco o assunto energético, tão importante nos tempos que correm, gostava de deixar aqui uma pergunta: Já alguém pensou bem a importância que irá(ão) ter o(s) primeiro(s) país(es) que se tornar(em) livre(s) do petróleo como fonte de produção de energia?

Considero esse “pódio” como um equivalente ao escalonamento que foi feito com a Era dos Descobrimentos. A visão que teve D. João I ao lançar o país na aventura gloriosa era fundamental que reinasse na cabeça de algum governante nestes tempos que correm. Um que definitivamente criasse um verdadeiro desígnio Nacional relevante (não um festival de vaidades como o Euro2004 ou a EXPO98). Um que seguisse o exemplo JFK quando instigou os habitantes dos EUA para alcançarem a Lua.

Já imaginaram bem a vantagem competitiva que Portugal teria se se libertasse das amarras geo-políticas e estratégicas que o petróleo hoje significa? Poder dizer não às intervenções dos EUA como zeladores do nosso petróleo, poder proibir a passagem de petroleiros nas águas da nossa ZEE, poder cumprir os Protocolos de Quioto, de Joanesburgo, Istambul ou de Caracas e os mais actos de propaganda que os EUA quisessem organizar...

Já não falando na inovação tecnológica que um objectivo deste tipo traria por força e por si só ao país.

Enfim enquanto não voltar a tal INOVAÇÃO às cabeças por agora ocas dos que nos governam, nada será feito neste sentido e continuaremos a pastar neste rebanho decadente em que nos encontramos.

Continuaremos a debater a Moderna e o Portas, o Rio e o PPA e a dizer amém aos EUA e a tudo o que eles decidirem fazer. Continuaremos a fingir que cumprimos as Directivas Europeias, que estamos a favorecer as energias alternativas como quem usa um brinquedo, que combatemos os poluidores e coisas piores...

Existem duas maneiras de arrepiar caminho e tornar Portugal um país evoluído e são estas:

1. Continuar tudo à espera que apareça um génio que nos governe (já tivemos bons e maus e é sempre arriscado esperar)

2. Procurar competência fora do país, procurar inovação, criatividade, rigor e eficiência fora de Portugal.

Não há mais nada a fazer.

Como ficou perfeitamente demonstrado por esta última alternância governativa, o país não consegue gerar por si só gente capaz e competente para a difícil tarefa de nos aproximar da Europa. Talvez exista gente capaz para evitar futuros afastamentos mas para fazer a tal convergência não. E não sou pessimista por afirmar isto, nem estou a ser arrogante, estou apenas a comparar o que se passa noutras áreas e a transpor para a situação de Portugal.

Reparem que o ponto 2 que foi referido lá em cima é por si só um extraordinário momento de criatividade e INOVAÇÃO.

Nunca nenhum país sonhou sequer com tal possibilidade, mas ela existe e é tão real como o computador onde estou a escrever.

Só é preciso procurá-los e contratá-los.

Só interessam os melhores.

Depois disso só temos que caminhar todos juntos na longa marcha pelo progresso de todos.

Existe um outro contributo essencial que Portugal pode dar ao Mundo e que este certamente seguirá: acabar de vez com a fantochada em que se tornou o funcionamento da ONU após o fim da guerra fria!

Ter por uma vez que seja a atitude honesta, integra e democrática de abandonar imediatamente a representação de Portugal na Organização das Nações Unidas enquanto esta não for sujeita a profundas reformas no seu funcionamento e enquanto não for exterminado o Conselho de Segurança, que mais não é que um órgão anti-democrático e auto-eleito.

Com esta atitude Portugal mostrava ao Mundo um rumo novo! Uma nova via para o desenvolvimento do Planeta e o fim da dominação de uns países sobre os outros.

No seguimento deste passo, teremos de pensar noutro assunto importante: a Base das Lajes.

Portugal pertence e continuará a pertencer à OTAN.

Este organismo necessita que todos os países membros contribuam com meios humanos e logísticos para o seu esforço de defesa contra potenciais inimigos.

Portugal tem poucos meios humanos e grande insuficiência de meios logísticos mas possui uma base militar estratégica de grande importância situada na ilha da Terceira nos Açores.

Como parece fazer todo o sentido, Portugal como país com credibilidade irá cumprir escrupulosamente o contrato que existe com os EUA, findo o qual a Base das Lajes passará para a alçada do comando estratégico do Atlântico Norte (OTAN).

Estas duas atitudes não são anti-americanas!

São duas atitudes coerentes com o princípio da decência e do interesse nacional.

Estas atitudes têm porém um entrave – para serem executadas Portugal tem de estar a salvo das inevitáveis pressões internacionais que se irão exercer, e para isso uma coisa é fundamental – a independência energética!

Tudo está relacionado!

Vamos fazer de Portugal um país justo, inovador e independente!

Trata-se de um novo Portugal, um novo país uma re-fundação da nacionalidade. Abandonemos o velho e moribundo Portugal, infestado de pessimismo, mesquinhez e inveja, e passemos a viver na Lusitânia, o país novo, independente e confiante no seu futuro.

Vamos expor de seguida um road guide por ordem de prioridades, de tudo o que o Projecto lusitânia propõe para refundar Portugal:

1º Reforma energética visando a auto-suficiência num espaço de 15 anos – Porque só tornando-nos independentes neste sector fundamental teremos espaço de manobra para mexer em todos os outros sectores sem sofrer manobras de bastidores, muitas vezes vindas de interesses estrangeiros.

2º Educação, com o objectivo de criar auto-sustentabilidade do país em termos de recursos humanos, libertando-nos de uma vez por todas da necessidade de “herois”.

3º Gestão do território, quer em termos físicos quer na vertente administrativa, com um só objectivo: tornar racional e sustentável o uso dos recursos naturais e humanos.

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